Credo in Unam, Sanctam, Cathólicam et Apostólicam Ecclésiam

"Na presença dos Anjos ei de cantar-Vos e adorar-Vos no vosso santuário."
(Salmo 137, 1)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

UNIVERSIDADE HARVARD DÁ RAZÃO AO PAPA NA LUTA CONTRA AIDS‏




Estudo realizado a partir do caso do Zimbábue

ROMA, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011 (ZENIT.org) - Um estudo realizado pela Universidade Harvard deu razão à posição de Bento XVI sobre a AIDS, afirmando que um comportamento sexual responsável e a fidelidade ao próprio cônjuge foram fatores que determinaram uma drástica diminuição da epidemia no Zimbábue.

Quem explica, em sua última pesquisa, é Daniel Halperin, do Departamento de Saúde Global da População da universidade norte-americana, que, desde 1998, estuda as dinâmicas sociais que causam a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis nos países em vias de desenvolvimento.

Halperin usou dados estatísticos e análises sobre o estudo de campo, tais como entrevistas e focus group, o que lhe permitiu coletar depoimentos de pessoas que pertencem a grupos sociais mais desfavorecidos.

A tendência de dez anos é evidente: de 1997 a 2007, a taxa de infecção entre adultos diminuiu de 29% a 16%. Após sua pesquisa, Halperin não hesita em afirmar: a repentina e clara diminuição da incidência de AIDS se deve "à redução de comportamentos de risco, como sexo fora do casamento, com prostitutas e esporádico".

O estudo, publicado em PloSMedicine.org, foi financiado pela Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, da qual Halperin foi conselheiro, e pelo Fundo das Nações Unidas para a População e Desenvolvimento.

"Com este estudo, Halperin promove uma reflexão séria e honesta sobre as políticas até agora adotadas pelas principais agências de combate à AIDS nos países em desenvolvimento", afirma o jornal L'Osservatore Romano, ao dar a notícia, em sua edição de 26 de fevereiro.

Segundo o estudo, fica claro que a drástica mudança no comportamento sexual da população do Zimbábue "recebeu o apoio de programas de prevenção na mídia e de projetos educativos patrocinados pelas igrejas".

Poucos anos atrás, Halperin se perguntava como é possível que as políticas de prevenção "mais significativas tenham sido feitas até agora baseando-se em evidências extremamente fracas", ou seja, na ineficácia dos preservativos.

Em suma, segundo o estudo de Halperin, é necessário "ensinar a evitar a promiscuidade e promover a fidelidade", apoiando iniciativas que visem a construir na sociedade afetada pela AIDS uma nova cultura.

Como disse Bento XVI, é necessário promover uma "humanização da sexualidade".

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Contra o Aborto!

O blogueiro Carlos Eduardo Maculan, do excelente blog "O Ultrapapista Atanasiano" disponibiliza para uso livre as imagens abaixo que foram criadas para a luta contra o aborto.

Vamos fazer como ele disse: imprimir, criar adesivos, usar como papel de parede em nossos computadores, criar camisetas, etc. O importante é que a mensagem seja levada ao maior número possível de pessoas.

Agradeço de coração ao Carlos Eduardo e convido aos interessados a que acessem seu ótimo blog, a começar pelas postagens com as imagens (aqui e aqui).












Post publicado por William em:

http://contra-o-aborto.blogspot.com/2011/02/publicidade-contra-o-aborto-by-o.html

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Música Litúrgica


A música tem um papel fundamental na liturgia, porém actualmente há muitas dúvidas sobre o que deve ou não ser tocado/cantado na igreja. Os grupos responsáveis pela escolha das músicas nem sempre tem formação para tal ou não tem conhecimento sobre as normas da Igreja, deixando assim margem para uma série de abusos litúrgicos, que ao contrário de glorificar Nosso Senhor o ofende e entristece!

A Igreja é universal, portanto a música dentro da igreja também deve ser universal, santa, com singeleza das formas, composta de preferência para o templo, purificada de qualquer influência profana.

Como realmente há muitas dúvidas sobre o assunto cito a seguir a Encíclica Musicam Sacram do Papa João Paulo II, nada melhor do que o saudoso Papa para orientar a Igreja nesta questão tão importante:


"Quirógrafo do Sumo Pontífice João Paulo II no centenário do Motu proprio «Tra le sollecitudini» sobre a Música sacra.

1. Impelido por um profundo desejo «de manter e de promover o decoro da Casa de Deus», o meu Predecessor São Pio X emanava, há 100 anos, o Motu proprio Tra le sollecitudini, que tinha como objeto a renovação da música sacra nas funções do culto. Com isso, ele pretendia oferecer à Igreja indicações concretas naquele sector vital da Liturgia, apresentando-a «quase como um código jurídico da música sacra». Tal intervenção, igualmente, fazia parte do programa do seu pontificado, que ele tinha resumido no dístico: «Instaurare omnia in Christo».

A data centenária do documento oferece-me a ocasião para destacar a importante função da música sacra, que São Pio X apresenta seja como um meio de elevação do espírito a Deus, seja como ajuda para os fiéis na «participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja»

A especial atenção que é necessário reservar à música sacra recorda o Santo Pontífice, deriva do fato de que, «como parte integrante da solene liturgia, dela faz parte a finalidade geral que é a glória de Deus e a santificação e a edificação dos fiéis». Interpretando e expressando o sentido profundo do sagrado texto ao qual está intimamente unida, ela é capaz de «acrescentar maior eficácia ao mesmo texto, para que os fiéis [...] se disponham melhor para acolher em si os frutos da graça, que são próprios da celebração dos sacrossantos mistérios».

2. Este delineamento foi retomado pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, no capítulo VI da Constituição Sacrosanctum concilium sobre a sagrada Liturgia, onde menciona com clareza a função eclesial da música sacra: «A tradição musical de toda a Igreja constitui um patrimônio de inestimável valor, que sobressai entre as outras expressões de arte, especialmente pelo fato de que o canto sacro, unido às palavras, é uma parte necessária e integral da liturgia solene». O Concílio recorda, ainda, que «o canto sacro é elogiado seja pela Sagrada Escritura, seja pelos Padres, seja ainda pelos Pontífices Romanos que recentemente, a começar por São Pio X, sublinharam com insistência a tarefa ministerial da música sacra no serviço divino».

Continuando, de fato, a antiga tradição bíblica, à qual o mesmo Senhor e os Apóstolos se mantiveram apegados (cf. Mt 26, 30; Ef 5, 19; Cl 3, 16), a Igreja, ao longo de toda a sua história, favoreceu o canto nas celebrações litúrgicas, oferecendo segundo a criatividade de cada cultura, maravilhosos exemplos de comentário melódico dos textos sagrados, nos ritos tanto do Ocidente como do Oriente.

Portanto, foi constante a atenção dos meus Predecessores a este delicado setor, a propósito do qual foram evocados os princípios fundamentais que devem animar a produção da música sacra, especialmente destinada à Liturgia. Além do Papa São Pio X, devem ser recordados, entre outros, os Papas Bento XIV, com a Encíclica Annus qui (19 de Fevereiro de 1749); Pio XII, com as Encíclicas Mediator Dei (20 de Dezembro de 1947) e Musicae sacrae disciplina (25 de Dezembro de 1955); e, finalmente, Paulo VI, com os luminosos pronunciamentos que disseminou em múltiplas oportunidades.

Os Padres do Concílio Vaticano II não deixaram de reforçar tais princípios, em vista da sua aplicação às condições transitórias dos tempos. Fizeram-no num capítulo especial, o sexto, da Constituição Sacrosanctum concilium. O Papa Paulo VI procedeu, pois, à tradução daqueles princípios em normas concretas, sobretudo por meio da Instrução Musicam sacram, emanada com a sua aprovação em 5 de Março de 1967, pela então Sagrada Congregação para os Ritos. É preciso voltar constantemente àqueles princípios de inspiração conciliar, para promover, em conformidade com as exigências da reforma litúrgica, um desenvolvimento que esteja, também neste campo, à altura da tradição litúrgico musical da Igreja. O texto da Constituição Sacrosanctum concilium onde se afirma que a Igreja «aprova e admite no culto todas as formas de verdadeira arte, dotadas das devidas qualidades», encontra os critérios adequados de aplicação nos nn. 50-53 da Instrução Musicam sacram, agora mencionada.

3. Em diferentes ocasiões, também eu me referi à preciosa função e à grande importância da música e do canto para uma participação mais ativa e intensa nas celebrações litúrgicas, e sublinhei a necessidade de «purificar o culto de dispersões de estilos, das formas descuidadas de expressão, de músicas e textos descurados e pouco conformes com a grandeza do ato que se celebra», para assegurar dignidade e singeleza das formas à música litúrgica.

Em tal perspectiva, à luz do magistério de São Pio X e dos meus outros Predecessores, e considerando em particular os pronunciamentos do Concílio Vaticano II, desejo repropor alguns princípios fundamentais para este importante sector da vida da Igreja, com a intenção de fazer com que a música sacra corresponda cada vez mais à sua função específica.

4. Em conformidade com os ensinamentos de São Pio X e do Concílio Vaticano II, é preciso sublinhar acima de tudo que a música destinada aos sagrados ritos deve ter como ponto de referência a santidade: ela, de fato, «será tanto mais santa quanto mais estreitamente for unida à ação litúrgica». Por este exato motivo, «não é indistintamente tudo aquilo que está fora do templo (profanum) que é apto a ultrapassar-lhe os umbrais», afirmava sabiamente o meu venerável Predecessor Paulo VI, comentando um decreto do Concílio de Trento e destacava que «se não se possui ao mesmo tempo o sentido da oração, da dignidade e da beleza, a música instrumental e vocal – impede por si o ingresso na esfera do sagrado e do religioso». Por outro lado, a mesma categoria de «música sacra» recebeu hoje um alargamento de significado, a ponto de incluir repertórios que não podem entrar na celebração sem violar o espírito e as normas da mesma Liturgia.

A reforma realizada por São Pio X visava especificamente purificar a música de igreja da contaminação da música profana teatral, que em muitos países tinha poluído o repertório e a prática musical litúrgica. Também nos nossos tempos é preciso considerar atentamente, como evidenciei na Encíclica Ecclesia de Eucharistia, que nem todas as expressões de artes figurativas e de música são capazes de «expressar adequadamente o Mistério acolhido na plenitude da fé da Igrejas». Conseqüentemente, nem todas as formas musicais podem ser consideradas aptas para as celebrações litúrgicas.

5. Outro princípio enunciado por São Pio X no Motu proprio Tra le sollecitudini, princípio este intimamente ligado ao precedente, é o da singeleza das formas. Não pode existir uma música destinada à celebração dos sagrados ritos que não seja, antes, «verdadeira arte», capaz de ter a eficácia «que a Igreja deseja obter, acolhendo na sua liturgia a arte dos sons».

Todavia, esta qualidade por si só não é suficiente. A música litúrgica deve, de fato, responder aos seus requisitos específicos: a plena adesão aos textos que apresenta, a consonância com o tempo e o momento litúrgico para o qual é destinada, a adequada correspondência aos gestos que o rito propõe. Os vários momentos litúrgicos exigem, de fato, uma expressão musical própria, sempre apta a fazer emergir a natureza própria de um determinado rito, ora proclamando as maravilhas de Deus, ora manifestando sentimentos de louvor, de súplica ou ainda de melancolia pela experiência da dor humana, uma experiência, porém, que a fé abre à perspectiva da esperança cristã.

6. Os cantos e as músicas exigidos pela reforma litúrgica – é bom sublinhá-lo – devem corresponder também às legítimas exigências de adaptação e de inculturação. É evidente, porém, que cada inovação nesta delicada matéria deve respeitar os critérios peculiares, como a investigação de expressões musicais, que correspondam à participação necessária de toda a assembléia na celebração e que evitem, ao mesmo tempo, qualquer concessão à leviandade e à superficialidade. É necessário, portanto, evitar, em última análise, aquelas formas de «inculturação», em sentido elitário, que introduzem na Liturgia composições antigas ou contemporâneas que possuem talvez um valor artístico, mas que induzem a uma linguagem realmente incompreensível.

Neste sentido, São Pio X indicava – usando o termo universalidade – um ulterior requisito da música destinada ao culto: «...mesmo concedendo a cada nação – ele considerava – de admitir nas composições religiosas formas particulares que constituem de certo modo o caráter específico da música que lhes é própria, elas não devem estar de tal modo subordinadas ao caráter geral da música sacra, que ninguém de outra nação, ao ouvi-la, tenha uma impressão negativa». Por outras palavras, o espaço sagrado da celebração litúrgica jamais deve tornar-se um laboratório de experiências ou de práticas de composição e de execução, introduzidas sem uma verificação atenta.

7. Entre as expressões musicais que mais correspondem à qualidade requerida pela noção de música sacra, particularmente a litúrgica, o canto gregoriano ocupa um lugar particular. O Concílio Vaticano II reconhece-o como «canto próprio da liturgia romana» à qual é preciso reservar, na igualdade das condições, o primeiro lugar nas ações litúrgicas celebradas com canto em língua latina. São Pio X ressaltava que a Igreja «o herdou dos antigos Padres», «guardando-o ciosamente durante os séculos nos seus códigos litúrgicos» e ainda hoje o «propõe aos fiéis» como seu, considerando-o «como supremo modelo de música sacra». O canto gregoriano, portanto, continua a ser também hoje, um elemento de unidade na liturgia romana.

Como já fazia São Pio X, também o Concílio Vaticano II reconhece que «os outros gêneros de música sacra, e especialmente a polifonia, não estão excluídos de modo algum da celebração dos ofícios divinos». É preciso, portanto, avaliar com atenção as novas linguagens musicais, para recorrer à possibilidade de expressar também com elas as inextinguíveis riquezas do Mistério reproposto na Liturgia e favorecer assim a participação ativa dos fiéis nas diversas celebrações.

8. A importância de conservar e de incrementar o patrimônio secular da Igreja leva a ter em particular consideração uma exortação específica da Constituição Sacrosanctum concilium: «Promovam-se com empenho, sobretudo nas Igrejas Catedrais, as “Scholae Cantorum”. Por sua vez, a Instrução Musicam sacram determina a função ministerial da schola: «É digno de particular atenção, para o serviço litúrgico que desenvolve, o coro ou a capela musical ou ainda schola cantorum. No que se refere às normas conciliares da reforma litúrgica, a sua tarefa tornou-se ainda mais relevante e importante: deve, realmente, prover à execução exata das partes que lhe são próprias, segundo os diversos tipos de cânticos, e favorecer a participação ativa dos fiéis no canto. Portanto [...] promova-se com especial cuidado especialmente nas catedrais e nas outras igrejas maiores, nos seminários e nas casas de formação religiosas, um coro ou uma capela musical ou ainda uma schola cantorum». A tarefa da schola não foi diminuída: ela, de fato, desenvolve na assembléia a função de guia e de sustento e, nalguns momentos da Liturgia, desempenha a sua função específica.

Da boa coordenação de todos – o sacerdote celebrante e o diácono, os acólitos, os ministros, os leitores, o salmista, a schola cantorum, os músicos, o cantor e a assembléia – decorre aquele clima espiritual que torna o momento litúrgico realmente intenso, participado e frutífero. O aspecto musical das celebrações litúrgicas, portanto, não pode ser relegado nem à improvisação nem ao arbítrio de pessoas individualmente, mas há de ser confiado a uma direção harmoniosa, no respeito pelas normas e as competências, como significativo fruto de uma formação litúrgica adequada.

9. Também neste campo, portanto, se evidencia a urgência de promover uma formação sólida, quer dos pastores quer dos fiéis leigos. São Pio X insistia particularmente sobre a formação musical do clero. Uma insistência neste sentido foi reforçada também pelo Vaticano II: «Dê-se-lhes grande importância nos Seminários, nos Noviciados dos religiosos e das religiosas e nas casas de estudo, assim como noutros institutos e escolas católicas». Esta indicação ainda deve ser plenamente realizada. Portanto, considero oportuno recordá-la, para que os futuros pastores possam adquirir uma sensibilidade adequada também neste campo.

Nesta obra formativa, um papel especial é desempenhado pelas escolas de música sacra, que São Pio X exortava a apoiar e promover, e que o Concílio Vaticano II recomenda a instituir onde for possível. Fruto concreto da reforma de São Pio X foi a ereção em Roma, em 1911, oito anos depois do Motu proprio, da «Pontifícia Escola Superior de Música Sacra», que em seguida se tornou «Pontifício Instituto de Música Sacra». Além desta instituição acadêmica, já quase centenária, que desempenhou e ainda desempenha um serviço qualificado na Igreja, existem muitas outras Escolas instituídas nas Igrejas particulares que merecem ser apoiadas e incrementadas para um melhor conhecimento e execução da boa música litúrgica.

10. Dado que a Igreja sempre reconheceu e favoreceu o progresso das artes, não é de se admirar que, além do canto gregoriano e da polifonia, admita nas celebrações também a música moderna, desde que seja respeitosa do espírito litúrgico e dos verdadeiros valores da arte. Portanto, permite-se que as Igrejas nas diversas Nações valorizem, nas composições destinadas ao culto, «aquelas formas particulares que constituem de certo modo o caráter específico da música que lhes é própria». Na linha do meu Predecessor e de quanto se estabeleceu mais recentemente na Constituição Sacrosanctum concilium, também eu, na Encíclica Ecclesia de Eucharistia, procurei abrir espaço às novas formas musicais, mencionando juntamente com as inspiradas melodias gregorianas, «os numerosos e, freqüentemente, grandes autores que se afirmaram com os textos litúrgicos da Santa Missa».

11. O século passado, com a renovação realizada pelo Concílio Vaticano II, conheceu um desenvolvimento especial do canto popular religioso, do qual a Sacrosanctum concilium diz: «Promova-se com grande empenhamento o canto popular religioso, para que os fiéis possam cantar, tanto nos exercícios de piedade como nos próprios atos litúrgicos». Este canto apresenta-se particularmente apto para a participação dos fiéis, não apenas nas práticas devocionais, «segundo as normas e o que se determina nas rubricas», mas igualmente na própria Liturgia. O canto popular, de fato, constitui um «vínculo de unidade, uma expressão alegre da comunidade orante, promove a proclamação de uma única fé e dá às grandes assembléias litúrgicas uma incomparável e recolhida solenidade».

12. No que diz respeito às composições musicais litúrgicas, faço minha a «regra geral» que são Pio X formulava com estes termos: «Uma composição para a Igreja é tanto sacra e litúrgica quanto mais se aproximar, no andamento, na inspiração e no sabor, da melodia gregoriana, e tanto menos é digna do templo, quanto mais se reconhece disforme daquele modelo supremo». Não se trata, evidentemente, de copiar o canto gregoriano, mas muito mais de considerar que as novas composições sejam absorvidas pelo mesmo espírito que suscitou e, pouco a pouco, modelou aquele canto. Somente um artista profundamente mergulhado no sensus Ecclesiae pode procurar compreender e traduzir em melodia a verdade do Mistério que se celebra na Liturgia. Nesta perspectiva, na Carta aos Artistas escrevo: «Quantas composições sacras foram elaboradas, ao longo dos séculos, por pessoas profundamente imbuídas pelo sentido do mistério! Crentes sem número alimentaram a sua fé com as melodias nascidas do coração de outros crentes, que se tornaram parte da Liturgia ou pelo menos uma ajuda muito válida para a sua decorosa realização.

No cântico, a fé é sentida como uma exuberância de alegria, de amor, de segura esperança da intervenção salvífica de Deus» (Ed. port. de L' Osserv. Rom. n. 18, pág. 211, n. 12). Portanto, é necessária uma renovada e mais profunda consideração dos princípios que devem estar na base da formação e da difusão de um repertório de qualidade. Somente assim se poderá permitir que a expressão musical sirva de modo apropriado a sua finalidade última, que «é a glória de Deus e a santificação dos fiéis».

Sei ainda que também hoje não faltam compositores capazes de oferecer, neste espírito, a sua contribuição indispensável e a sua colaboração competente para incrementar o patrimônio da música, ao serviço da Liturgia cada vez mais intensamente vivida. Dirijo-lhes a expressão da minha confiança, unida à exortação mais cordial, para que se empenhem com esmero em vista de aumentar o repertório de composições que sejam dignas da excelência dos mistérios celebrados e, ao mesmo tempo, aptas para a sensibilidade hodierna.

13. Por fim, gostaria ainda de recordar aquilo que São Pio X dispunha no plano prático, com a finalidade de favorecer a aplicação efetiva das indicações apresentadas no Motu proprio. Dirigindo-se aos Bispos, ele prescrevia que instituíssem nas suas dioceses «uma comissão especial de pessoas verdadeiramente competentes em matéria de música sacra». Onde a disposição pontifícia foi posta em prática, não faltaram os frutos. Atualmente, são numerosas as Comissões nacionais, diocesanas e interdiocesanas que oferecem a sua contribuição preciosa para a preparação dos repertórios locais, procurando realizar um discernimento que considere a qualidade dos textos e das músicas. Faço votos a fim de que os Bispos continuem a secundar o esforço destas Comissões, favorecendo-lhes a eficácia no âmbito pastoral.

À luz da experiência amadurecida nestes anos, para melhor assegurar o cumprimento do importante dever de regulamentar e promover a sagrada Liturgia, peço à Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos que intensifique a atenção, segundo as suas finalidades institucionais, aos sectores da música sacra litúrgica, valendo-se das competências das diversas Comissões e Instituições especializadas nesse campo, como também da contribuição do Pontifício Instituto de Música Sacra. É importante, de fato, que as composições musicais utilizadas nas celebrações litúrgicas correspondam aos critérios enunciados por São Pio X e sabiamente desenvolvidos, quer pelo Concílio Vaticano II quer pelo sucessivo Magistério da Igreja. Nesta perspectiva, estou persuadido de que também as Conferências episcopais hão de realizar cuidadosamente o exame dos textos destinados ao canto litúrgico, e prestar uma atenção especial à avaliação e promoção de melodias que sejam verdadeiramente aptas para o uso sacro.

14. Ainda no plano prático, o Motu proprio do qual se celebra o centenário, aborda também a questão dos instrumentos musicais a serem utilizados na Liturgia latina. Dentre eles, reconhece sem hesitação a prevalência do órgão de tubos, sobre cujo uso estabelece normas oportunas. O Concílio Vaticano II acolheu plenamente a orientação do meu Predecessor, estabelecendo: «Tenha-se grande apreço, na Igreja latina, pelo órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de trazer às cerimônias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito a Deus e às coisas celestes».

Deve-se, porém, reconhecer que as composições atuais utilizam freqüentemente modos musicais diversificados não desprovidos da sua dignidade. Na medida em que servem de ajuda para a oração da Igreja, podem revelar-se como um enriquecimento precioso. É preciso, porém, vigiar a fim de que os instrumentos sejam aptos para o uso sacro, correspondam à dignidade do templo, possam sustentar o canto dos fiéis e favoreçam a sua edificação.

15. Desejo que a comemoração centenária do Motu proprio Tra le sollecitudini, por intercessão do seu santo Autor, conjuntamente com Santa Cecília, Padroeira da música sacra, sirva de encorajamento e estímulo para aqueles que se ocupam deste importante aspecto das celebrações litúrgicas. Os cultores da música sacra, dedicando-se com impulso renovado a um sector de relevância tão vital, contribuem para o amadurecimento da vida espiritual do Povo de Deus. Os fiéis, por sua vez, expressando de modo harmônico e solene a sua própria fé com o canto, experimentarão cada vez mais profundamente a riqueza e harmonizar-se-ão no esforço em vista de traduzir os seus impulsos nos comportamentos da vida quotidiana. Poder-se-á, assim, alcançar, graças ao compromisso concorde dos pastores de almas, dos músicos e dos fiéis, aquilo que a Constituição Sacrosanctum concilium qualifica como verdadeira «finalidade da música sacra», isto é, «a glória de Deus e a santificação dos fiéis».

Nisto, sirva também de exemplo e modelo a Virgem Maria, que soube cantar de modo único, no Magnificat, as maravilhas que Deus realizou na história do homem. Com estes bons votos, concedo-vos a todos a minha afetuosa Bênção.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 22 de Novembro de 2003, memória de Santa Cecília, no vigésimo sexto ano de Pontificado.

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Notas
1) Pio X, Pontificis Maximi Acta, vol. I, pág. 77.
2) Ibidem.
3) Ibid., n. 1, pág. 78.
4) Ibidem.
5) N. 12.
6) Ibidem.
7) Ibidem.
8) Cf. AAS 59 (1967), pp. 312-316.
9) Cf., por exemplo, Discurso ao Pontifício Instituto de Música Sacra no 90 aniversário de fundação (19 de Janeiro de 2001), 1: Insegnamenti XXIV/1 (2001), pág. 194.
10) Audiência geral de 26 de Fevereiro de 2003, 3: L' Osservatore Romano (ed. port. de 1.3.2003), pág. 124.
11) Concílio ecumênico Vaticano II, Const. sobre a Liturgia Sacrosanctum concilium, 112.
12) Discurso aos participantes da assembléia geral da Associação Italiana Santa Cecília (18 de Setembro de 1968), em: Insegnamenti VI (1968), pág. 479.
13) Ibidem.
14) N. 50, em: AAS (2003), pág. 467.
15) N. 2, pág. 78.
16) Ibid., pp. 78-79.
17) Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum concilium, 116.
18) Cf. S. Congregação para os Ritos, Instrução sobre a música na sagrada Liturgia Musicam sacram (5 de Março de 1967), 50, em: AAS 59 (1967), 314.
19) Motu proprio Tra le sollecitudini, n. 3, pág. 79.
20) Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum concilium, 116.
21) Cf. Ibid., n. 30.
22) Ibid., n. 114.
23) N. 19, em: AAS 59 (1967), 306.
24) Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 115.
25) Cf. Motu proprio Tra le sollecitudini, n. 28, pág. 86.
26) Cf. Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 115.
27) Pio X, Motu proprio Tra le sollecitudini, n. 2, pág. 79
28) Cf. n. 119.
29) N. 49, em: AAS 95 (2003), pág. 466.
30) N. 118.
31) Ibidem.
32) João Paulo II, Discurso no Congresso Internacional de Música Sacra (27 de Janeiro de 2001), 4, em: Insegnamenti XXIV/1 (2001), pp. 239-240.
33) Motu proprio Tra le sollecitudini, n. 3, pág. 79.
34) Cf. Concílio ecumênico Vaticano II, Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 112.
35) N. 12, em: Insegnamenti XXII/1 (1999), pág. 718.
36) Concílio ecumênico Vaticano II, Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 112.
37) Motu proprio Tra le sollecitudini, n. 24, pág. 85.
38) Cf. João Paulo II, Carta ap. Vicesimus quintus annus (4 de Dezembro de 1987), 20: AAS 81 (1989), pág. 916.
39) Cf. João Paulo II, Const. ap. Pastor Bonus (28 de Junho de 1988), 65, em: AAS 80 (1988), pág. 877.
40) Cf. João Paulo II, Carta enc. Dies Domini (31 de Maio de 1998), 50, em: AAS 90 (1998), pág. 745; Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Instr. Liturgiam authenticam (28 de Março de 2001), 108, em: AAS (2001), pág. 719.
41) Institutio generalis Missalis Romani, editio typica III, pág. 393.
42) Motu proprio Tra le sollecitudini, nn. 15-18, pág. 84.
43) Concílio ecumênico Vaticano II, Const. sobre a sagrada Liturgia Sacrosanctum concilium, 120.
44) Ibid., n. 112. "

[grifos meus]

Texto original em Italiano no site:
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/letters/2003/documents/hf_jp-ii_let_20031203_musica-sacra_it.html

Recomendo também a leitura do artigo do blog Mulher Católica, de autoria de Melissa Bergonso:

Texto publicado também em:
http://www.apostoladoscr.com.br/2011/02/musica-liturgica-como-querida-pela.html

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Ateísmo X A Religião



“É em vão que o homem procura fugir de Deus. Isso é o mesmo que querer viver sob uma falsa identidade, na ilusão de ser realmente uma outra pessoa”.

Israel Zolli
Ex-rabino judeu convertido ao catolicismo


Um ateu convicto pouco se incomoda conosco, os teístas, como disse o famoso pensador ateu Paulo Flores d'Arcais em debate com o Papa Bento XVI, a época ainda cardeal, publicado no livro Deus existe?(Ed. Planeta): "Em um debate com estas características há uma grande assimetria, porque o crente está interessado em converter o não crente - está interessado no sentido mais elevado do termo, obviamente. Por outro lado, o ateu não está interessado em absoluto em convencer o crente da inexistência de Deus, não tem nenhum interesse em conseguir que alguém perca a fé."

Porém parece que as coisas mudaram os ateus agora estão empenhados no “combate as religiões” para então impor a sua própria ideia: o Materialismo/Ateísmo. Actualmente existe um ateísmo militante e agressivo que está em guerra contra as religiões. Mais especificamente, a guerra contra o cristianismo, é o movimento anti-cristão, também chamado de Cristianofobia.
(Leia mais em: http://temaspolemicosigreja.blogspot.com/2010/06/sociedade-anti-crista.html)

Esses ateus militantes fizeram campanha no mundo todo com slogans como: "A fé não dá respostas; ela só impede perguntas" ou “Deus não existe! Então pare de se preocupar e desfrute a vida!” Com o suposto objectivo de diminuir o preconceito contra ateus e agnósticos, porém o seu real objectivo era atacar a fé das pessoas.

Todo ateu é um pouco rancoroso mesmo, como disse o filósofo Luiz Felipe Pondé:

..."desculpe-me, ateísmo é coisa banal. Quando eu tinha oito anos era ateu. O ateísmo é óbvio (por isso comecei a desconfiar dele), diante do lamentável estado da vida: somos uma raça abandonada (Horkheimer). Ateísmo não choca mais ninguém (pelo menos quem já leu uns três livros sérios na vida), porque ateus já são vendidos às dúzias em liquidações."

"Poucos ateus não são descendentes de uma criança infeliz e revoltada...a prova disso é que ateus gostam de falar mal da igreja (nunca superaram aquela freira azeda), de Deus (esse malvado que não me fez mais forte), ou do pai judeu (que me obrigou a só namorar judias)... Ou acham que, se formos todos ateus, o mundo será melhor. Se você é assim e tem orgulho de ser ateu, você é um rancoroso."
(fonte:http://cristaocomprometido.blogspot.com/2010/12/noticia-na-folha-de-spauloempresas.html#more)

Por que será que a religião, uma convicção pessoal (como eles rotulam), incomoda tanta gente? Por que será que os religiosos incomodam tanto os ateus? Não será porque nós religiosos temos uma coisa que os ateus, com todo o seu racionalismo, não tem, que é esperança e razão de viver? Será que é porque nós religiosos encontramos um motivo para viver? Encontramos a fonte da felicidade eterna que está em Deus e eles não conseguem encontrar? Até procuram, mas não conseguem! Todo ser humano procura a felicidade, um sentido para a vida, digamos que está em nossa "programação". O ser humano somente será feliz quando reconhecer que faz parte de um plano maior, que sua vida tem todo o valor e sentido, e que depois de morrer não vai se tornar comida de vermes e sim viverá eternamente.

Todos os dias aparecem pesquisas que constatam que as pessoas que tem fé são mais felizes ou se curam mais rápido das doenças, ou ficam menos doentes, são mais optimistas na vida, entre muitas outras evidências. Pelo contrario, os ateus cometem mais suicídio, são mais infelizes e pessimistas. Vi uma estatística a pouco tempo em que constata-se que os "sem religião" estão numa proporção muito maior nas cadeias britânicas que os crentes.
(Ver em: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/21404-desproporcional-presenca-dos-%e2%80%9csem-religiao%e2%80%9d-nas-cadeias-inglesas)

Os ateus falam tão mal das religiões, porém qual foi a contribuição do ateísmo para a humanidade? Pelo contrario as religiões contribuíram e muito para o bem do ser humano.

Para reflexão:

"Ao ouvir as palavras eloqüentes de um pregador famoso, um ateu aproximou-se, arrogante, do religioso e observou-lhe:

- O sermão que o senhor acaba de proferir contém, a meu ver, argumentos que eu poderia rebater facilmente. Venho desafiá-lo, portanto, para uma discussão, em público, sobre os diversos pontos de doutrina e religião.

- Aceito o seu desafio - respondeu o pregador. - Imponho, porém, uma condição. Para assistir a essa discussão eu me comprometo a trazer cem pessoas de diferentes classes sociais que foram salvas do mau caminho (segundo poderão provar) e arrancadas do vício e do pecado pela fé cristã. O senhor será, também, obrigado a fazer-se acompanhar, não de cem, mas apenas de dez pessoas que pelos ensinamentos ateístas tenham sido afastados da vida pecaminosa e do crime.

O ateu não pode aceitar a condição imposta pelo adversário. Não lhe seria possível descobrir uma única pessoa que o ateísmo demolidor tivesse levado ao caminho do bem e da virtude.

Com efeito, a moral sem religião é incapaz de indicar ao homem o caminho do bem e da justiça; a moral sem Deus é moral falsa e ridícula. Tudo o que é perfeito e bom ditou-o a religião.

A religião é, também, um dever social. Para as sociedades como para os indivíduos, o cristianismo é a chave da felicidade, é a solução do problema da existência, é uma questão de vida ou de morte.

Para muitos, a religião não passa de atos culturais, igrejas, altares e velas; para outros, não excede o sentimentalismo de uma prece.

Ignoram, aqui, a existência da vida espiritual; conhecem-na, ali, mas tão superficialmente, que chegam a confundir o essencial com o acessório. "

(“Lendas do Céu e da Terra” - Malba Tahan - Texto no endereço: http://almascastelos.blogspot.com/2011/01/o-ateu.html)

Video - Abba Pater (Papa João Paulo II canta o Pai Nosso)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

A propotência da ciência moderna



"Há mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe vossa vã filosofia."
(William Shakespeare)


O presente materialismo radical faz com que os cientistas fiquem completamente cegos para as realidades espirituais, tendendo a analisar todos os factos com os olhos da ciência, ignorando completamente o que seria espiritual.

Os cientistas actuais não podem ter a prepotência de tentar explicar tudo através da ciência, isso é cientificíssimo, é má ciência! A ciência foi feita para explicar os fenómenos naturais, mas o que dizer dos fenómenos sobrenaturais, para-normais e supra normais?

Meu objectivo com o tema não é desprezar a ciência, pelo contrário, todos reconhecemos os avanços extraordinários e a contribuição da ciência em nossas vidas, porém a ciência não é tudo, e ela tem sido endeusada por muitos.

Já dizia Louis Pasteur: "Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima." É incrível perceber que os grandes cientistas tiveram a humildade de reconhecer que o conhecimento científico por si só não é suficiente para explicar o mundo em nossa volta. Há grandes cientistas que acreditaram em Deus.

Ao contrário há cientistas cépticos que se fecham no mundo das equações e não vem nada para além disso. São incapazes de cogitar que exista algo além do Big Bang ou da teoria da evolução de Darwin, aliais Darwin é o seu deus… Porém quando são confrontados com falhas nas teorias científicas ou com realidades inexplicáveis (por incrível que pareça ainda há muita coisa sobre a face da terra que a ciência não explicou ainda, ou não consegue explicar) ficam sem resposta… Quando são questionados sobre a origem ou o fim de toda a vida, dizem logo que é o nada, ora, essa é uma resposta muito vaga e pessimista para um questionamento tão importante, se não o mais importante para o ser humano!

Há cientistas que querem ser deuses, deuses da ciência, há muita soberba no meio científico actual e deve ser realmente muito difícil hoje em dia ser um cientista crente… Os que querem ser deuses fazem de tudo, trabalham com todos os esforços, para tentar provar a inexistência de Deus, sem resultados concretos, claro. A Academia Nacional das Ciências dos Estados Unidos considera sem margem para dúvidas que “a ciência constitui um modo de conhecimento acerca do mundo natural. Limita-se a explicar o mundo natural através de causas naturais. A ciência nada tem a dizer acerca do sobrenatural. A ciência mantém-se neutra acerca da existência ou não de Deus.” (Teaching about Evolution and the Nature of Science, Washington, DC: National Academy of Sciences, 1998, p. 58)

O problema é que a ciência dos homens é loucura para os olhos de Deus e a ciência de Deus é loucura para os homens:

“Ninguém se iluda: se algum de vós se julga sábio diante deste mundo, faça-se louco para tornar-se sábio; pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus.” (I Cor 3,18-19)

“Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar.” (I Cor 2,14)

Este mundo material é apenas um rascunho do mundo futuro definitivo:

“A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.

Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.

Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.

Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.” (I Cor 13,9-12)

Este mundo faz-me lembrar do mito da caverna de Platão, em que as pessoas somente conheciam o mundo exterior através das sombras na caverna. A ciência humana é o homem tentando entender e explicar as sombras, porém quando ele sair e contemplar o mundo como ele é (“o mundo das ideias”, ou seja, o mundo de Deus) já não vai precisar das explicações das sombras…

“Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face” quando o homem se ver face a face com A Sabedoria Perfeita, que é Deus, o que será da nossa tão imperfeita ciência?