Credo in Unam, Sanctam, Cathólicam et Apostólicam Ecclésiam

"Na presença dos Anjos ei de cantar-Vos e adorar-Vos no vosso santuário."
(Salmo 137, 1)

terça-feira, 1 de março de 2016

O que é o purgatório?


Existem pessoas que, quando morrem, não estão ainda preparadas para "ver a Deus face a face", elas estão salvas, eram boas pessoas, mas tem ainda algumas faltas que, ainda que leves, as impedem de ir directamente ao Céu.

Então vão para o purgatório, onde vão passar por um processo de purificação de suas almas, através de um fogo purificador, vão expiar seus pecados até que possam finalmente ver a Deus.

Como se pode perceber claramente, essas almas, apesar de salvas, estão em grande sofrimento. O maior sofrimento delas é o anseio de estar finalmente na presença de Deus.

Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.

A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador:

No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfémia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro.

Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:

Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.

As penas do pecado

Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna" do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório". Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma consequência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.”
(Catecismo da Igreja Católica, 1030 – 1032 e 1472)

Vale a pena ressaltar que Deus é três vezes Santo, o Santo dos Santos, sendo impossível conviver com o impuro, por isso a necessidade dessa purificação das almas. É um sinal da misericórdia de Deus.

Devemos rezar pelas almas que estão no purgatório, porque precisam muito de nossas orações para poderem ir para o Céu. "Elas oram sem cessar por si mesmas, mas essa oração não é mais válida" (Diário de Santa Faustina - Visão do Purgatório, n.20). Se oferecermos orações, missas e sacrifícios, suas penas podem ser atenuadas.


Voltemos a esse piedoso costume, rezemos pelas almas do purgatório! 

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